Categoria está insatisfeita com o programa anunciado pelo governo para a área da saúde
Médicos, professores e associações continuaram a criticar duramente os novos planos anunciados pelo governo para a área da saúde. Para o diretor da EPM (Escola Paulista de Medicina) da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Antônio Carlos Lopes, as medidas são precipitadas e poderão até piorar a situação do ensino e do atendimento médico no País.
De acordo com Lopes, obrigar os alunos a trabalhar dois anos no sistema público para obter o diploma não ajudará na formação. Pelo contrário, corre o risco de eles desistirem da medicina, tamanha é a falta de infraestrutura do sistema. Nem cidadania eles vão aprender, afirma ele, que também preside a SBCM (Sociedade Brasileira de Clínica Médica) e é médico cardiologista.
— Para aprender, é preciso infraestrutura e orientação qualificada, e o SUS (Sistema Único de Saúde), atualmente, não oferece condições.
Melhor e mais prático, segundo Lopes, seria incorporar esse tipo de experiência aos currículos acadêmicos existentes, sem acrescentar os dois anos - que tornam a formação excessivamente longa.
— Nós, que botamos a mão de verdade nos pacientes, sabemos do que estamos falando, afirma.
As críticas não vêm só de São Paulo. O professor Antônio da Silva é do Departamento de Saúde Pública da UFMA (Universidade Federal do Maranhão), Estado com a menor quantidade de médicos por habitante - 0,52 para cada mil moradores, no SUS. Mesmo assim, Silva é contra a medida.
— É uma decisão arbitrária, que apenas tapa um buraco e não resolve o cerne da questão. A questão da falta de atratividade, não é a localização remota dos postos de trabalho, mas a falta de perspectiva da carreira. Basta comparar com os juízes. Eles estão em todos os rincões do País, sem ter de ser obrigados a isso. Mas por que isso acontece? Porque o Judiciário tem um plano de carreira e o profissional sabe que ficará um tempo em algum lugar distante, mas depois voltará ao grande centro.
As mudanças também não são vistas com bons-olhos pela coordenadora do curso de medicina da Ufal (Universidade Federal de Alagoas) Iasmin Duarte.
— O governo quer é mão de obra para trabalhar no SUS. Iasmin ainda critica o prazo, considerado pequeno, para adaptar a estrutura curricular do curso. Não sei se dá para mudar até 2015. Uma reforma grande no currículo como essa exige todo um estudo amplo. Na última que fizemos gastamos quatro anos.
Com tempo
Já o membro do CNE (Conselho Nacional de Educação) Erastos Fortes, considera perfeitamente adequado o tempo de adaptação dos cursos ao novo currículo.
— O CNE tem um prazo de 180 dias para regulamentar as mudanças. Não há por que ter pressa para se formar, os alunos precisam ter um contato maior com o SUS.
Afirma o diretor da Faculdade de Medicina da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), no interior de São Paulo, Mario Saad.
Fonte: R7
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sexta-feira, 12 de julho de 2013
quinta-feira, 4 de julho de 2013
Procon-RJ vai notificar e multar planos de saúde
Durante a operação foram feitas 250 abordagens, que resultaram em 92 questionários respondidos com reclamações contra 17 planos de saúde
A Autarquia de Proteção e Defesa do Consumidor do Rio de Janeiro (Procon-RJ) vai notificar e multar 17 operadores de planos de saúde após analisar os resultados da Operação Check-Up.
A operação fiscalizou três grandes centros médicos particulares em três dias, na zona sul, zona norte e zona oeste da capital fluminense para verificar a satisfação dos consumidores com o atendimento dos planos de saúde e a adequação dos prestadores de serviço às normas da Agência Nacional de Saúde (ANS).
Durante a operação foram feitas 250 abordagens, que resultaram em 92 questionários respondidos com reclamações contra 17 planos de saúde. De acordo com o diretor da fiscalização do Procon-RJ, Fábio Domingos, o órgão deve levar dez dias para analisar os formulários e catalogar as reclamações, que resultarão em notificações e multas às operadoras de plano de saúde.
Os problemas mais relatados foram a demora para a marcação de consultas e exames e a espera pelo atendimento, além da recusa dos planos para a cobertura de tratamentos. Segundo Domingos, a piora no atendimento particular de saúde ocorre devido ao crescente número de clientes e diminuição do número de médicos e clínicas credenciadas.
“Há indícios de que, nos últimos anos, os planos de saúde aumentaram em muito a sua carteira de clientes e, por outro lado, diminuíram a oferta de credenciados, gerando o mau atendimento. A qualidade do atendimento caiu muito por causa dessas duas questões, uma linha crescente de clientes e outra descendente de credenciados”.
O diretor pede que o consumidor que passar por essas situações denuncie ao Procon, que também prepara uma ação civil pública. “Nós vamos notifica os planos, onde vai ser determinado que eles providenciem e apresente uma planilha com o número de clientes e de credenciamento”.
A Operação Check-UP foi feita devida ao grande número de denúncias que o Procon-RJ recebeu este ano contra os planos de saúde, totalizando 260 no primeiro semestre.
Fonte: Exame
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