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terça-feira, 2 de julho de 2013

Adolescência: transformações afetam desde sono e suor até o emocional

Não só o sistema reprodutor se desenvolve, há também modificações na musculatura, ossos e até no cérebro.


A adolescência é sempre um período de grandes mudanças no organismo, afinal passamos da infância para a idade adulta. "Essa é uma época de transição, tanto emocional como física. Nessa fase, além das mudanças de caracteres sexuais secundários, temos mudanças em órgão internos também, como seu crescimento para acompanhar o novo corpo que se forma", explica a hebiatra Andrea Hercowitz, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Além de englobar as mudanças do corpo, normalmente esse período abrange outros tipos de transformações: "Essa é a etapa evolutiva na qual ocorrem as mais significativas alterações nas áreas biológica, psicológica e social", considera a hebiatra e pediatra Susana Graciela Bruno Estefenon, membro da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul.

Mas normalmente apenas as mudanças nos caracteres sexuais são levadas em conta nessa época, como a menstruação e crescimento das mamas nas meninas e o desenvolvimento dos testículos nos rapazes, além dos pelos pubianos e no resto do corpo em ambos os sexos. Mas o corpo como um todo se transforma nessa época. Entenda essas mudanças, o que é normal nessa fase e a melhor forma de lidar com as transformações.

Aumento do suor

Crianças estão sempre cheirozinhas, já reparou? Mas quando chega a adolescência, ela traz o suor e o mau odor na garupa! Isso ocorre porque com o aumento do hormônio testosterona, as glândulas sudoríparas começam a trabalhar em dobro, o que aumenta mesmo a transpiração. E o que explica o cheiro? "O suor contém água, sais, restos de células e do metabolismo, e isso somado a ação de bactérias e leveduras próprias da pele provocam o mau odor característico", explica a hebiatra e pediatra Susana Graciela Bruno Estefenon, membro da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul. 

Meninos ou meninas, ninguém está livre disso, apesar da testosterona ser um hormônio mais masculino. "Algumas patologias em meninas, como a síndrome do ovário policístico, aumentam a produção dessa substância nelas", lembra a hebiatra Andrea Hercowitz, do Hospital Israelita Albert Einstein. Normalmente isso costuma a atrapalhar a vida do jovem, mas são condições normais do corpo. O acompanhamento com um pediatra ou hebiatra pode mostrar se o suor está excessivo mesmo. Porém, a melhor forma de tratar o sintoma é com o uso de desodorantes, sabonetes anti-sépticos e tecidos que não sejam sintéticos.

Consolidação e aumento dos ossos

A adolescência é o período de maior absorção de massa óssea do corpo, que termina de se consolidar apenas aos 20 anos de idade. Nessa época fazemos o depósito de massa óssea, já que após os 30 anos ela começa a ser perdida. Mas além de cuidar da densidade dessas estruturas, é preciso lembrar que eles também se alongam, para suportar o novo corpo adulto. "O aumento de altura chega a dobrar: uma criança normalmente cresce 5 centímetros ao ano, enquanto o adolescente cresce até 10 cm no mesmo período", considera Andrea.

O problema é que o crescimento se dá primeiro nos membros inferiores e superiores e por último no tronco, o que facilita o jeito desastrado desses jovens. "A imagem cerebral do membro é mais lenta que o desenvolvimento do músculo esquelético dos membros superiores e inferiores. Assim, o adolescente sente dificuldades em coordenar seus movimentos de forma harmônica e medir os movimentos e distâncias", pondera Susana. 

Músculos mais fortes

Uma vantagem que normalmente os rapazes valorizam está no crescimento e desenvolvimento da musculatura. Até porque, são eles que percebem isso mais no seu próprio corpo! Mas isso não significa que os meninos se desenvolvem mais do que as meninas nesse quesito. "Elas, além dessas mudanças musculares, têm tipicamente os depósitos de gordura no corpo que geram as formas femininas, como o aumento da região dos seios e quadris", pondera Andrea.

Um dos problemas é que os ossos normalmente crescem muito mais rápido que a musculatura, o que pode causar as famosas dores de crescimento. "Eles acabam ficando mais esticados, o que força esses órgãos. A solução para esse problema é fazer alongamentos", recomenda a especialista. Mas para os rapazes que querem aproveitar esse período para ganhar mais massa muscular, um alerta: a musculação não deve ser feita com muito afinco nessa fase, já que as articulações e mesmo os músculos na estão completamente desenvolvidos, e isso facilita o aparecimento de lesões. 

Alterações do sono

Dormir é um dos quesitos fundamentais dos adolescentes, parece que eles sempre estão com sono! Na verdade as necessidades de sono deles são normais, mas há uma tendência maior de se tornar vespertino nessa fase, ou seja, deitar-se e levantar-se mais tarde, o que não corresponde com o que a rotina demanda. E isso só traz prejuízos. "Sabemos que o eixo hipotálamo - hipofisário produz o hormônio de crescimento durante o período em que dormimos, razão pela qual o sono se torna tão importante nesta etapa", considera a pediatra e hebiatra Susana. Acredita-se que isso reduza um pouco a altura final do adolescente, apesar de não ser possível comprovar isso.

E a melhor forma de consertar isso é dormir mais durante a noite. "Cochilos durante o dia podem ajudar a adolescente a se concentrar mais nos estudos, por exemplo, mas em termos de crescimento, é o sono da noite que conta, já que o pico do hormônio ocorre no sono profundo, que não é obtido nesse curto período da soneca", ressalta a hebiatra Andrea.

Mudanças no cérebro

O cérebro também está em grandes mudanças nessa fase, um estudo publicado em fevereiro de 2013 no Jornal da American Psychology Society conseguiu mensurar isso. E não é que o sono também está ligado a isso? "Pesquisas recentes mostram que no inicio da puberdade o volume de massa cinzenta frontal e parietal atinge um pico e logo decresce, e que tal tecido é sensível ao sono e a sua qualidade", relata a hebiatra Susana.

Mas essas transformações ocorrem devido às diferentes formas de raciocínio que crianças e adultos têm, os últimos estão ligados a padrões diferentes de pensamento. "O aumento cerebral ocorre durante toda infância até a puberdade. Depois ele passa por um processo de maturação e especialização dos neurônios e das conexões neuronais, hormonais e dos neurotransmissores, que asseguram o desenvolvimento mental e cerebral", esmiúça a especialista. 

Questões psicológicas

Com tanta transformação ao mesmo tempo, não é a toa que essa fase é considerada uma das mais confusas da vida. Afinal, é difícil se reconhecer em um corpo que está em constante modificação e o que eles mais querem nessa fase é serem aceitos pelos outros. Não fosse só isso, há todo o conflito de assumir novas responsabilidades da vida adulta. "Umas das principais missões da adolescência é a busca da identidade adulta e da independência. Eles mudam relações completamente, tendo um afastamento dos pais para gerar uma individualidade e transitando por diversos grupos, para assim testarem que tipo de adultos eles querem ser", classifica a hebiatra Andrea. Por isso, é preciso que os pais sejam compreensivos com os conflitos e escolhas feitas nessa época. 

Cuidados especiais

Todas essas mudanças corporais pedem um cuidado alimentar. O crescimento e consolidação ósseas, por exemplo, pedem a maior ingestão de cálcio, mineral formador do tecido dessas estruturas, e vitamina D, que ajuda na absorção desse nutriente. Além disso, nutrientes como ferro, zinco e as proteínas são muito importantes. As últimas, principalmente, acabam sendo menos consumidas. "Os carboidratos viram o alimento mais natural para eles, porque satisfaz rapidamente, o que corresponde à necessidade comum nessa época por resultados imediatos. Mas é importante ter um equilíbrio disso tudo", considera a hebiatra Andrea.

A atividade física também é essencial, principalmente os exercícios aeróbicos, já que muitos jovens têm problemas como colesterol alto devido ao sedentarismo! "A aeróbica é importante para manutenção de crescimento dos ossos e dos órgãos", reitera a especialista. A Academia Americana de Pediatria estimula exercícios e a prática de esportes, segundo o interesse de cada um.  


sexta-feira, 28 de junho de 2013

Ministro da Saúde anuncia 35 mil novas vagas de médicos até 2015

Promessa faz parte de pacto anunciado por Dilma na segunda.
Padilha diz que também pretende importar médicos estrangeiros este ano.


O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (25) a abertura de 35 mil vagas de médicos no Sistema Único de Saúde (SUS) até o ano de 2015.
Além disso, conforme o governo, mais 12 mil vagas de residência médica serão criadas até 2017 para formar especialistas em 27 áreas prioritárias, como pediatria, anestesiologia, radiologia e psiquiatria. Das vagas de residência, 4 mil devem ser criadas até 2015.

O anúncio, de acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, é parte do pacto sugerido pela presidente Dilma Rousseff na véspera a governadores e prefeitos das capitais para melhorar os serviços de saúde após a onda de protestos por melhores condições de vida em todo o país.

Padilha informou que as novas vagas para médicos se referem aos R$ 7,1 bilhões em investimentos previstos pelo governo federal nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (Upas) 24 horas, sem considerar gastos estaduais, o que pode elevar a oferta de cargos.
Os salários para as vagas a serem criadas seguirão os critérios do SUS, variando conforme a região, a quantidade de horas trabalhadas e outros fatores.
Dados do Ministério da Saúde indicam que o déficit atual de médicos é de 54 mil profissionais atualmente. O Brasil tem uma média de 1,8 médico a cada mil habitantes, contra 1,9 da Venezuela, 2,4 do México, 3,2 da Argentina e 6 para cada mil habitantes em Cuba.
Segundo o ministro, como existe uma falta de profissionais nos dias atuais, o governo pretende suprir o déficit com a importação de médicos estrangeiros, medida contestada por diversas entidades que reúnem médicos no país.
Padilha informou que a última edição do Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab), que pretende levar médicos ao interior e periferias, registrou a oferta por municípios de 13 mil vagas, mas somente 3,5 mil médicos estão atuando no programa, que prevê bolsa mensal de R$ 8 mil para os profissionais.
Segundo ele, haverá uma nova convocação para que prefeituras disponibilizem vagas e a prioridade será de profissionais brasileiros. No entanto, destacou, se as funções não forem preenchidas, o governo vai importar profissionais estrangeiros ainda este ano para suprir o déficit.
“Faltam médicos no Brasil. Se o Brasil quer ter um sistema público universal, precisamos de mais e melhores hospitais e de mais médicos. Não se faz saúde sem médicos. Temos uma série de ações para valorizar e formar profissionais. Mas enquanto não se conclui essa formação, que dura 6, 7 anos, precisamos atrair médicos de outros países.

Criação de vagas e residências
O secretário de gestão do trabalho do Ministério da Saúde, Mozart Sales, explicou que atualmente 22 estados estão abaixo da média nacional de 1,8 médico para cada mil habitantes. Somente Distrito Federal, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo superam a médica.
Além disso, informou o secretário, 5 estados tem menos de 1 médico para cada mil habitantes: Acre, Amapá, Maranhão, Pará e Piauí. Segundo ele, os dados mostram a necessidade de formação de profissionais. Ele destacou que somente no SUS há previsão de 35.073 postos de trabalho de médicos até 2015 e que está em andamento levantamento para verificar a demanda nos estados.
Para capacitar profissionais para assumirem as vagas, disse Sales, o objetivo é ampliar o número de médicos residentes, que são aqueles em formação. Atualmente, o país tem 11 mil vagas para cada 15 mil estudantes de medicina que se formam. Por isso, o governo criará mais 4 mil vagas nos hospitais até 2015 e prevê outras 8 mil vagas até 2017.
Esses estudantes, recebem bolsa de R$ 2.350. Além da bolsa, o governo pretende aplicar R$ 100 milhões por ano, sendo o máximo de R$ 200 mil por hospital, para incentivar que unidades hospitalares criem vagas de residência.
O edital para o programa de residências em 2014 prevê que instituições interessadas em ofertas vagas façam inscrições entre 1º de julho e 30 de setembro. Uma novidade é que hospitais privados sem fins lucrativos também podem participar do programa.
São 27 as especialidades prioritárias do programa, aquelas com maior déficit de profissionais. Conforme o ministério, em pesquisa com gestores constatou-se que faltam profissionais principalmente na área de anestesia, pediatria, psiquiatria, neurologia, neurocirurgia e radiologia.

Provab
O Provab, realizado no começo do ano para chamamento de médicos para atuar no interior e periferias, terá nova edição, segundo o Ministério da Saúde, com prioridade para que brasileiros preencham as vagas.
O programa também terá mil vagas para enfermeiros e 500 vagas para dentistas. Os municípios interessados em ofertar postos de trabalho devem procurar o ministério a partir de 17 de julho. Depois, será iniciada a convocação dos profissionais.
Médicos estrangeiros
Alexandre Padilha, ministro da Saúde, voltou a falar sobre a contratação de médicos estrangeiros para suprir o déficit temporário e destacou que o programa de atração de profissionais ainda está em fase de formatação.
O objetivo, disse ele, é que os profissionais tenham autorização temporária para atuar exclusivamente no SUS e nas periferias ou no interior. Ele disse que não se pode apontar obstáculos, como as diferenças culturais e a língua estrangeira.
“A língua não é um obstáculo intransponível, senão não tinha o Médico Sem Fronteiras, que ganhou o Nobel da Paz por salvar vidas. Vamos buscar profissionais que tenham habilidade, capacidade de se comunicar, dialogar com o paciente. Agora, não é obstáculo."

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2013/06/brasil-tera-mais-35-mil-vagas-de-medicos-e-4-mil-de-residencia-ate-2015.html
Foto: www.reportermt.com.br